V de Vingança - Crítica (adaptado)

Direção: James McTeigue.
Elenco: Natalie Portman, Hugo WeaVing, Stephen Rea, Stephen Fry e Jhon Hurt.
Um filme empolgante e claramente divertido, cumpre uma função do cinema que muitas vezes é esquecida, ou ignorada, tanto por nós, telespectadores, quanto pelas indústrias cinematrográficas: a de levar discussões a um público que poderia nunca se interessar por determinados temas, ou não terem acesso a eles de outra forma.
V de Vingança é um filme sobre totalitarismo, guerra, sofrimento, falta de liberdade de expressão. Lançado em uma época em que se fala de uma 'indústria do medo', criada pelos governos para garantir segurança nacional, o filme traz de maneira acessível as várias facetas de um governo totalitário, os problemas das sociedades contemporâneas com terrorismo, o questionamento do Estado como detentor do poder por meio da violência legítima e o sofrimento dos horrores de uma guerra.
V de vingança parece ser inspirado em 1984, clássico de G. Orwell. Com telas e radares que a tudo ouvem e a tudo controlam, fazedores de notícias que tudo manipulam, 1984 critica tanto governos socialistas quanto capitalistas que se apoderam da vida, da língua, das possibilidades, da expressão e, principalmente, da liberdade dos indivíduos em prol de uma sociedade organizada e sensata. O que Orwell já criticava, ou melhor, denunciava, é que nenhum Estado deve se colocar acima das vontades coletivas e das decisões individuais das pessoas sobre assuntos privados.
O filme que questão me parece uma bonita alusão cinematográfica ao livro: radares, escutas, manipulação da imprensa, censuras, toques de recolher, tudo isto em uma trama chamativa para as pessoas que nunca pensaram em George Orwell ou em 1984. Nunca refletiram sobre a gravidade da perda de liberdade em prol de uma sociedade, ou, se pensaram, não tiveram acesso a materiais profundos sobre o assunto.

Fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/04/350875.shtml

Creditos Gennaro